sábado, 30 de outubro de 2010

Tropa de Elite - De onde vem o tiro?

Treinamento dos atores com instrutores do BOPE.


"Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro"


O calibre - Paralamas do Sucesso



A música do Paralamas define muito bem a sensação que domina quem sai de uma sessão do filme Tropa de Elite 2. Observando-se os vários vídeos e reportagens sobre o Tropa de Elite (1 e 2) entende-se o motivo. Graças a Deus o cinema nacional finalmente está conseguindo ter um crescimento muito bom em termos de produção. Basta procurar pelas entrevistas e vídeos de making of no youtube e pode-se entender por que saímos do cinema com esta sensação. 


Ambos os filmes conseguem mostrar a violência com cenas fortes, mas sem se tornarem sacais ou apenas filme de pancadaria, tiros e palavrões. O diretor José Padilha conseguiu este diferencial usando o bom conteúdo que o roteiro tem. A narrativa feita pelo próprio protagonista, Wagner Moura, aliado aos diálogos muito bem elaborados e com vocabulários coloquiais muto bem utilizados pelos personagens fazem o espectador pensar além das cenas e o trazem para a realidade vivida pelos autores do livro que é base do filme: "A elite da tropa", dos ex-agentes do BOPE André Batista e Rodrigo Pimentel.



Entrevista com Rodrigo Pimentel, o verdadeiro Capitão Nascimento - Parte 1 e 2.


 

Uma característica interessante do filme Tropa de Elite, principalmente o primeiro, é o foco no objetivo. Seguir em frente e buscar o objetivo, sabendo que para isto poderemos ter que remover algumas pedras pesadas do nosso caminho. E  isto o Tropa de Elite mostra muito bem, bastando reparar no slogan que consta na logomarca do filme: "Missão dada, é missão cumprida". Faço um parêntese para dizer que há muito tempo sou fã deste slogan! Este tema também me lembra outro slogan: "No pain, no gain". Sem sacrifício, sem recompensa. (Quem assistiu transformers deve se lembrar).

As principais características dos dois filmes são as mesmas, mas não se enganem, o Tropa 2 tem um foco muito diferente do seu antecessor. Os personagens e características do filme permanecem, mas agora a amplitude de visão é outra, o "inimigo" é outro. Nada das brincadeiras de polícia e ladrão do primeiro filme, mas sim uma trama que vai desconstruindo a cada minuto o complexo sistema que envolve a questão do crime no Brasil. Nesse trajeto, o paradigma de que sem os traficantes a violência acaba vai totalmente por água a abaixo, pois não sabemos realmente onde está o verdadeiro inimigo da paz. Segundo o Capitão Nascimento, isto acontece pura e simplesmente porque "o sistema é foda, parceiro".


Pois então? De onde você acha que vem o tiro? Larga a real aí também!










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